
Claramente, obras clássicas da literatura épica documentam que haviam muitos ruivos na Irlanda (e na Europa Celta) muito antes dos viking. Esta teoria do gene ruivo Viking cheira a uma ressaca cultural vinda do século 19, do Pensamento Romântico, onde a noção de superioridade racial fora misturada com os ideais do nacionalismo romântico. (Viking Revivalism)
Embora houvessem realmente Vikings escandinavos ruivos (e de cabelos escuros), a idéia de que o gene ruivo foi introduzido na Irlanda pelos Vikings e, em seguida, estes foram espalhados para os seus descendentes é um mito.
Além disso, a literatura medieval revela que a maioria dos vikings eram loiros (ou de cabelos escuros), mas não ruivos. Se fossem ruivos, eram apontados com apelidos como o Eric, o Vermelho, ou Rurik. Entretanto, o apelido “Vermelho” também podia significar bochechas/pele rosadas, cor do cabelo, ou sangue, pois alguns Vikings se pintavam de vermelho antes de uma batalha (para esconder o sangue? talvez).
Vermelho é a cor do cabelo mais rara do mundo: menos de 4% da população mundial tem o cabelo naturalmente ruivo. Escócia e Irlanda têm uma incidência anormalmente elevada de ruivos em sua população (a Escócia atualmente possui de 11 a 13% de ruivos e na Irlanda existem 10%). Enquanto que o restante da população concentrada ao norte da Europa soma cerca de 2% de ruivos. O resto do mundo: 1%. Em contrapartida, a Suécia (um grande reduto Viking), curiosamente, quase não tem ruivos.
Os cientistas concordam que cabelo vermelho é mais comum entre aqueles com raízes genéticas do noroeste da Europa, especialmente na Irlanda e na Escócia (e, por extensão, a Argentina e a Austrália, através da imigração e colônias penais). Isto significa que o povo escocês e o irlandês tem maior chance de carregarem genes celtas para gerar descendentes ruivos. O povo irlandês carrega a maior proporção de genes ruivos (e suas variações) no mundo.
Portanto, parece improvável que os vikings foram os responsáveis por disseminar o gene ruivo na Irlanda. Ainda, os irlandeses não se deixaram subjugar pelos Vikings. Na realidade, os Vikings sofreram severas perdas nas mãos dos irlandeses. Na Batalha de Clontarf, por exemplo, cerca de 6.000 a 12.000 morreram, fazendo desta uma das maiores batalha da era medieval, marcando o fim da ocupação Viking na Irlanda.